sexta-feira, 28 de junho de 2013

Rogers: uma nova perspectiva de aprendizagem


Olá amigos!

Nosso assunto hoje é a aprendizagem. Vamos lá?!

Desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Carl Rogers, a Abordagem Centrada na Pessoa trata-se de uma forma de psicoterapia originada na vertente humanista da psicologia e sugere que o dom de mudar ou aperfeiçoar a personalidade é centrado no interior do indivíduo. Ou seja, nesse caso, a pessoa, e não o terapeuta, é quem determina essa mudança. Assim, o papel do terapeuta é assistir e/ou facilitar a mudança.

Essa mesma metodologia estabelecida por Rogers na psicoterapia tem grande aplicação na área da educação e ensino, o que resultou numa nova forma de transmissão de conhecimento, somando-se a outras Teorias Contemporâneas da Educação. Aplicada à educação e ensino, a técnica passa a ser chamada de Aprendizagem Centrada no Aluno, e é isso que nos interessa neste post de hoje.

Continuando o paralelo que mencionei, na Aprendizagem Centrada no Aluno, assim como na psicoterapia, o indivíduo, nesse caso o aluno, passa a ser o centro das atenções, passando o professor/educador a ser um facilitador ou mesmo supervisor do processo de aprendizagem. Partindo do pressuposto, ainda em paralelo com a psicoterapia, de que apenas o aluno, ou aprendiz, pode se aperfeiçoar e de fato aprender, temos que essa motivação tem de ser despertada nesse indivíduo.

Neste ponto, uma passagem do autor nos ajuda a entender mais claramente seus objetivos com sua proposta psicopedagógica:

"Tem-se de encontrar uma maneira de desenvolver, dentro do sistema educacional como um todo, e em cada componente, um clima conducente ao crescimento pessoal; um clima no qual a inovação não seja assustadora, em que as capacidades criadoras de administradores, professores e estudantes sejam nutridas e expressadas, ao invés de abafadas. Tem-se de encontrar, no sistema, uma maneira na qual a focalização não incida sobre o ensino, mas sobre a facilitação da aprendizagem autodirigida". (Rogers, 1986:244)

A aplicação do método de Rogers não passa muito longe de nossas realidades. Seu sistema de ensino, durante cerca de 15 anos, entre as décadas de 60 e 70, foi utilizado em várias turmas na Universidade de Brasília. Apesar de ter obtido bons resultados em sua aplicação na UnB, o método perdeu força por vários dos alunos ainda preferirem as tradicionais aulas expositivas e formas de avaliação. Além disso, somam-se os fatores políticos que afetavam o sistema de ensino naquela época, em função dos distúrbios causados pela Ditadura Militar.

Outro famoso exemplo de método alternativo de ensino, e que particularmente admiro muito, é a Escola da Ponte, em Portugal. Na escola não existem divisões de séries, grupos e professores. Todos trabalham com todos e formam grupos heterogêneos e autônomos com uma só finalidade: aprender. A escola possui mais de 30 anos de história e tem como diferencial de ensino a pauta em valores como a solidariedade, autonomia e responsabilidade. Apesar de ser um caso de sucesso conhecido mundialmente, o sistema de ensino da Escola da Ponte tarda em ser reconhecido e aplicado oficialmente pelo governo português, o que restringe o método apenas a esta escola.

Para quem quiser saber mais dessa linda e inovadora proposta de ensino, é só acessar o site oficial: http://www.escoladaponte.pt/

Por hoje é só!

Grande abraço!


Bibliografia: Capelo, F.M. (2010) Aprendizagem Centrada na Pessoa: Contribuição para a compreensão do modelo educativo proposto por Carl Rogers Revista de Estudos Rogerianos, A Pessoa como Centro, no. 5.

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